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domingo, 7 de abril de 2013

A função do mestre espiritual instrutor (siksha-guru)



Krsna, guru, bhakta, sakti, avatara, prakasa
Krsna ei chaya-rupe karena vilasa

(Cc.Adi.1.32)

O Senhor Krishna desfruta manifestando-se como os mestres espirituais, os devotos, as diversas energias, as encarnações e as porções plenárias. Todos estes são seis em um.

   Aprofundam-se novamente comigo, no tema que estávamos discutindo, sobre o Sri Chaitanya caritamrta de Krishna das Kaviraja. Ele dizia que mesmo sendo um, Sri Krishna se manifesta em seis aspectos. Isto é chamado de acintya bheda bheda tattva. Também explicou que seus siksa-gurus são os seis Goswamis de Vrindavana. Revelou que Sri Advaita Acarya é uma encarnação de Maha-Vishnu (uma encarnação parcial de Krishna), e que Nityananda Prabhu é uma manifestação eterna tanto de Krishna quanto de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Por outro lado, Krishna e Chaitanya Mahaprabhu se manifestam pela misericórdia de Nityananda Prabhu. Assim, sem a misericórdia de Sri Nityananda Prabhu, não se pode compreender Chaitanya Mahaprabhu nem Krishna. Ele é a personificação direta e absoluta de guru-tattva.
   Srila Krishna das Kaviraja Goswami descreve assim sua fortuna espiritual: “Tenho recebido a misericórdia dos seis Goswamis e de outros vaishnavas elevados, também recebi a misericórdia e a visão de Govinda, Gopinatha e Madana Mohana, e também vi e compreendi as glórias de Vrindavana Dhama. E tudo isto foi através da misericórdia de Nityananda Prabhu. Por tanto, sou seu servo e ele é meu guru”. Depois ele explica que a sakti de Krishna se manifesta como Gadadhara. Krishnacandra é o próprio Krishna, e Chaitanya Mahaprabhu é este mesmo Krishna, Vrajendra nandana Shyamasundara, com a beleza dourada de Srimati Radhika. Por tanto, ele é Radha e Krishna combinados.

Guru krsna-rupa hana sastrera pramane
Guru-rupe krsna krpa karena bhakta-gane

 Segundo a conclusão de todas as escrituras reveladas, o mestre espiritual não é diferente de Krishna. O Senhor, na forma do mestre espiritual, libera seus devotos. (Cc.Adi 1.45)

   O diksa-guru e o siksa-guru não são diferentes e se estão no mesmo nível. Srila Rupa Goswami representa o siksa-guru e Srila Sanatana Goswami representa o diksa-guru, porém não há diferença entre eles. Ambos podem atuar como siksa ou diksa-gurus.
   Meu Gurudeva, Nitya-lila-pravista Om Visnupada Srila Bhaktiprajnana Keshava Goswami Maharaja, é meu diksa e também meu siksa-guru. Pujyapada Bhakti Rakshak Sridhar Maharaja e Pujyapada Bhaktivedanta Swami Maharaja também são meus siksa-gurus. Qualquer discípulo de Srila Sridhar Maharaja ou de Srila Swami Maharaja que considera que Srila Bhaktiprajna Keshava Goswami Maharaja não está na nossa linha, não é vaishnava. Não devemos associar intimamente com qualquer pessoa que não oferece o devido respeito á Srila Bhaktiprajnana Keshava Maharaja. Ele é o sanyassa-guru de Srila Swami Maharaja, quem sente um profundo respeito por ele, como guru e como amigo 
  
Siksa-guruke ta´jani krsnera svarupa
Antaryami bhakta-srestha- ei dui rupa

Deve-se saber que o mestre espiritual instrutor é a Personalidade de Krishna. O Senhor Krishna se manifesta como a Superalma e como o devoto mais elevado. (Cc.Adi 1.47)

   O diksa-guru é a forma de Krishna e o siksa-guru é a natureza pessoal de Krishna. Qual é superior?   Não há diferença entre eles. Nosso diksa-guru é nosso mestre mais adorável porque sentimos veneração por Ele. Oramos á ele e tomamos a poeira dos seus pés de lótus. Mas o siksa-guru é como um irmão ou um amigo.    As vezes podemos abraça-lo e falar com ele com total franqueza. Podemos revelar nossos pensamentos mais íntimos á ele, e dizer-lhe que desejamos associar com Krishna da mesma maneira que as gopis. Isto é algo muito secreto e sagrado. Pode ser que exitemos em falar estas coisas para nosso diksa-guru e por isso precisamos de um siksa-guru. Ele é como um amigo íntimo. Não há um sentimento de temor reverencial para com o siksa-guru e sim um sentimento fraternal. Assim também, nas etapas mais avançadas de bhakti, a pessoa não vê Krishna como a Suprema Personalidade de Deus e sim como seu amigo íntimo, seu filho ou seu amado. Ele sente que Krishna é seu e ao mesmo que ele pertence á Krishna.
   Srila Rupa Goswami explica que o discípulo também deve servir seu diksa-guru com sentimento de intimidade, mas como está constantemente prestando reverências, este sentimento não pode manifestar-se sempre. Podemos confessar ao siksa-guru que sentimos atração por uma jovem e podemos pedir-lhe conselho, mas falar tais assuntos para o diksa-guru será mais difícil. Porque ele é como um pai digno de veneração, talvez a resposta seja muito dura e ele pode até pegar um bastão para bater em nós. Mas o siksa-guru abraçará o discípulo e dizer:
   Querido filho, é melhor que não te ocupe nestas coisas. Tente amar somente Krishna e oferecer seu coração ao serviço aos pés de lótus de Srimati Radhika. Não corra atrás das meninas deste mundo. Não são damas, senão que fogo ardente, um oceano de veneno. Não vá nesta direção.
    Devido á natureza de afeição desta relação, é necessário ter um siksa-guru. Podemos revelar tudo á ele. Nossos siksa-gurus, Sri Krishna, Sri Chaitanya Mahaprabhu, Srila Krishna das Kaviraja Goswami e todos os acaryas que nos precederam, são conscientes dos nossos pensamentos e atos. Eles não morreram; estão dentro do nosso coração e são onipotentes.
   Siksa-guruke ta´jani krsnera svarupa. O siksa guru é a svarupa de Krishna e o diksa é a rupa de Krishna. E sem dúvida, eles são iguais. Não há diferença entre a natureza íntima de Krishna e seu corpo. Quem pensa o contrário é um mayavadi impersonalista. Não devemos associar com tal pessoa.
   Antaryami, bhakta-srestha – ei dui rupa. Há duas classes de siksa-guru. Antaryami é o siksa-guru dentro do coração, o chaitya-guru. Ele inspira interiormente. Se alguém ora dizendo: “Ó Krishna! Você é meu chaitya-guru e te entreguei meu coração; por favor, fazei-me refugiar em um mestre espiritual genuíno”. Krishna fará todos os arranjos. Se nos aproximamos de Krishna com o desejo sincero de ter um guru, estamos passando toda a responsabilidade para Ele, e assim não teremos que sofrer o resultado de uma escolha errada. Mas se elegemos nosso mestre espiritual por conta própria, se este cai, teremos desperdiçado nossa vida e vamos nos arrepender para sempre.

Tesam satata-yuktanam
Bhajatam priti-purvakam
Dadami buddhi-yogam tam
Yena mam upayanti te

Aos que estão constantemente consagrados servindo-me com amor, Eu dou a inteligência pela qual eles podem vir á mim. (Bg.10.10)

   Aquele que está sempre conectado com Sri Krishna e lhe serve com amor e devoção, Ele próprio dá a inteligência mediante a qual pode ir á Ele. Que classe de inteligência Ele dá? Inteligência transcendental; a inteligência que nos conecta com Krishna. “Eles vêm á mim e eu os ocupo em meu serviço”. Isto mostra que Krishna atua como chaitya-guru.
   Há algum tempo atrás, no sul da Índia, vivia uma charmosa prostituta chamada Cintamani. Quando ela tinha 16 anos, dançava e cantava kirtans de forma tão doce que todos que á viam ficavam atraídos por ela. Bilvamangala Thakura, um brahmana piedoso casado com uma mulher muito casta, atraiu-se por Chintamani. Apesar de ser prostituta, Chintamani tinha a qualidade de desfrutar cantando canções em glorificação á Sri Krishna. Este era outro motivo pelo qual os homens sentiam tanta atração por ela. Bilvamangala Thakura também caiu em suas redes e como resultado disto, rompeu toda relação com seus pais e desapegou-se da sua esposa e filhos. Ele ia vê-la todas as noites e levava presentes que conseguia vendendo suas terras, jóias da sua esposa ou roubando dinheiro ou quadros valiosos. Esperava que ela lhe amasse em troca disso.

   Após algum tempo, o pai de Bilvamangala morreu e seus familiares organizaram os rituais. No décimo terceiro e último dia da celebração, quando centenas de brahmanas se sentaram no pátio para honrar a maha-prasada, Bilvamangala entrou na cozinha e escondeu algumas preparações dentro de um quadro. No cair da noite, foi mais uma vez ver a prostituta sem preocupar se os convidados haviam tomado prasada ou não, e sem pensar em sua esposa e em sua aflita mãe.
    Aquela noite não parou de chover. Para chegar á casa da prostituta, Bilvamangala Thakura viu que teria que cruzar um rio transbordado e que estava com uma corrente muito forte. Quando ele se perguntava como ia atravessar o rio, viu que algo flutuava diante dele. Sem compreender que se tratava de um corpo morto de uma menina, sentou-se sobre ele e assim atravessou o rio. Depois, andou por caminhos barrentos e rebaldiços, até que finalmente chegou á casa de Chintamani. Lá ele viu que a porta estava fechada e ficou um tempo ali, gritando e esperando para ver se alguém abria a porta. Como ninguém o ouvia, ele tentou outra maneira de entrar no recinto e assim chegou á parte de traz da casa, onde viu uma coisa que parecia uma corda. Quando ele agarrou aquilo para tentar escalar o muro, viu que se tratava de uma serpente. Então soltou a serpente e caiu ao solo, e como resultado do impacto, perdeu o conhecimento. Chintamani ouviu um ruído estranho e mandou sua serva averiguar o que era.
   “Foi Bilvamangala que caiu, comunicou a serva um pouco depois.”
   “Como isto foi possível? Como foi possível ele chegar até aqui?”
   Cintamani e sua serva transportaram o corpo inconsciente de Bilvamangala até a casa e pouco a pouco conseguiram volta-lo á consciência. Quando o brahmana contou o ocorrido á Chintamani, ela disse:
    “Você tem passado vários apuros para vir até mim, e amas este corpo que está cheio de sangue, urina, fezes, bílis e muco. Se tivesse um pouco de amor e afeição por Krishna, tua vida seria exitosa. Mas você é muito luxurioso. Não posso amá-lo, vá embora daqui!”
   Devido ás impressões de bhakti que havia acumulado anteriormente, aquelas palavras atravessaram seu coração mais velozes do que flechas. Se não tivesse estas impressões, a advertência não teria tanto efeito em seu coração e ele cairia aos pés da jovem como um cachorro. Ao invés disto, Bilvamangala compreendeu que devia mudar e desenvolver seu amor por Krishna. Ele já não sentia mais atração por Chintamani nem por sua própria família, mas sentiu um forte desejo de ir á Vrindavana. Ele passou os cinco dias seguintes cantando os santos nomes sem comer nada. Quando ele sentiu sede, se aproximou de um poço e pediu água á uma jovem recém casada que se encontrava ali com um pote na mão. Bilvamangala pediu á ela que botasse um pouco de água na boca dele e enquanto bebia a água, contemplava a beleza da jovem. Ele á seguiu até a sua casa e quando ele entrou, viu um homem na porta que parecia ser o esposo da jovem. Bilvamangala então disse: “Por favor, chama a jovem que acaba de entrar!”. O homen chamou sua mulher e ela veio logo em seguida.
   “Em que posso servi-lo?”
    Bilvamangala pediu á ela dois grampos. Ela não entendeu para que ele queria aquilo, mas mesmo assim lhe deu os grampos.
    “Estes olhos são meus inimigos, porque me fazem prisioneiro da luxúria. Se não há bambu, não há flauta. Se perfuro meus olhos, minha luxúria irá embora. Cortaria minha luxúria pela raiz. Se estou cego, meu olhos não sentirão mais atração por mulheres charmosas e só desejarei desenvolver meu amor por Krishna.”
   Assim, ele perfurou os dois olhos, primeiro veio o sangue e depois ele deixou de ver completamente.
   Cantando Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare, Bilvamangala se foi dali. Após ter caminhado um curto trecho, um menino se aproximou e lhe perguntou:
   “Que fazes aqui baba?” A voz do menino era muito dôce. Se tratava de um pastorzinho negro diferente de todos os outros.
   “Estou indo á Vrindavana, querido menino. Quem é você?”
   “Sou um pastor e também estou indo á Vrindavana. Se quiser, pode agarrar-se a esta vara e vir comigo. Eu te ajudarei.”
   Vrindavana estava á quase seis meses de distância indo á pé, mas em poucos dias o menino anunciou que haviam chegado. Enquanto caminhavam, Bilvamangala ia compondo alguns poemas muito bonitos sobre a misericórdia de Krishna. Estes poemas são tão lindos que resultaram em um livro chamado Krishna-karnamrta (néctar para o ouvido de Krishna).
   Passado o tempo, Sri Chaitanya Mahaprabhu encontrou este mesmo livro no sul da Índia e o ensinou á seus devotos.

   O primeiro poema, dentro do mangalacharana do livro, diz assim:

Cintamanir jayati somagirir gurur me
Siksa-gurus ca bhagavan sikhi-pincha-maulih
Yat-pada-kalpataru-pallava-sekharesu
Lilá-svayamvara-rasam labhate jayasrih

Todas as glórias á Cintamani e a Somagiri, meu mestre espiritual iniciador. Todas as glórias a meu mestre espiritual instrutor, a Suprema Personalidade de Deus, que leva penas de pavão real em sua coroa. Na sombra de seus pés de lótus, que são como árvores dos desejos, Jayasri (Radharani) desfruta da doçura transcendental de uma eterna consorte.   (Cc.Adi 1.57)

   Bilvamangala Thakura oferece reverências a Cintamani porque ela lhe inspirou á refugiar em Sri Krishna. Que tipo de guru era ela? Um vartma-pradarsaka-guru, alguém que diz: “Vem conhecer um vaishnava auto realizado.” O vartma-pradarsaka-guru mostra o caminho e pode ser um kanistha, mas o guru iniciador não deve ser menos que um madhyama-adhikari.
   Quais são os sintomas do madhyama adhikari? Vocês devem saber disto antes de aceitar um gurudiksa ou siksa. Não devem aceitar um guru que não possui estes sintomas. De outro modo, encontrarão muitos obstáculos em sua vida devocional. Se este guru cai, suas vidas serão arruinadas e lamentarão amargamente.
    O primeiro sintoma é:

Tasmad gurum prapadyeta
Jijnasuh sreya uttamam
Sabde pare ca nisnatam
Brahmany upasamasrayam

Se alguém deseja ardentemente encontrar a verdadeira felicidade, deve buscar por um mestre espiritual genuíno e render-se a Ele por meio da iniciação. O mestre espiritual deve ter compreendido a conclusão das escrituras profundamente e por tanto deve ser capaz de convencer outros destas conclusões. Estas grandes personalidades que se refugiaram completamente no Senhor Supremo e deixaram para trás todas as considerações materiais, são considerados mestres espirituais genuínos.

(Bhag.11.3.21)
   Destas qualidades de um mestre espiritual fidedigno, duas são proeminentes. A primeira é que ele tem um conhecimento completo das escrituras e a segunda é que carece de desejos materiais. Ele está sempre feliz servindo Sri Krishna. Se ele é feliz e sente que sua vida está cheia de problemas, ele não está preparado para ser guru. Haridas Thakur foi espancado por vinte duas praças até cair morto, mas não considerou que aquilo era um problema. Seguiu cantando Hare Krishna, Hare Krishna. Prahlada Maharaja foi torturado por seu pai, mas nunca sentiu que tivesse algum problema. Ele botava seus pés sobre a cabeça de todos os problemas. Quando um guru que canta, segue os noves processos de bhakti e tomou diksa se lamenta que tem muitos problemas- sua mulher o engana, seus filhos não estão com ele, não consegue fazer dinheiro, ou não tem um computador ou facilidades materiais, deve ser rejeitado imediatamente. O terceiro sintoma do guru é que ele experimentakrishna-bhakti. Se não tem esta experiência devido ao fato de ter desejos materiais, seguramente ele cairá.
    O uttama-adhikari é superior ao madhyama-adhikari e oferece um resultado superior em bhakti, mas é difícil encontrar um guru deste nível neste mundo. Na ausência de um uttama-guru pode-se aceitar um madhyama-adhikari como siksa e diksa-guru. Este guru deve estar dotado dos três sintomas já mencionados e também é preciso que tenha estas outras quatro qualidades.

1-                                               Prema – Amor e afeto por Krishna.
2-                                               Maitri – É amistoso com todos e serve os vaishnavas. Mantém três tipos de relações com as três classes de vaishnavas: respeita e obedesse com sentimento de amizade os que são mais avançados que ele em bhakti, relaciona-se com pessoas do mesmo nível como um amigo e também é amistoso com aqueles cuja bhakti ainda não se desenvolveu.
3-                                               Krpa – É misericordioso com os que respeitam os vaishnavas e acreditam neles. Pode ser que estas pessoas tenham uma fé mundana e sentimentos materiais em relação ao guru e deidade; pode ser também que sintam mais afeto pelas deidades do que pelos devotos; e pode ser que entendam que se deve acatar os preceitos das escrituras mas são incapazes de atuar como atua um madhyama-adhikari. Ainda que sejam ignorantes, estas pessoas desejam avançar saber como avançar no serviço devocional.
4-                                               Upeksa – Ignora os ofensores e as pessoas que estão contra os vaishnavas ou não os respeitam. É consciente de que relacionar-se ou associar-se com estas pessoas destrói qualquer sintoma de bhakti.

    Falamos das três qualidades principais e também das quatro adicionais que se encontram em ummadhyama-adhikari capacitado para ser guru. Srila Jiva Goswami nos adverte no Bhakti-sandarbha, que se alguém aceita um guru para conseguir fama e ganâncias materiais, e um guru aceita discípulos pelo mesmo motivo, ambos cairão. Seu destino é naraka, o inferno.

   Srila Sanatana Goswami escreveu:

Avaisnava-mukhodgirnam
Putam hari-kathamrta
Sravanam naiva kartavyam
Sarpocchistam yatha prayah


Não se deve escutar nada que esteja relacionado com Krishna de um não vaishnava. O leite tocado pela boca de uma cobra tem efeitos venenosos. Quando alguém que não é um vaishnava fala de Krishna, suas palavras também são venenosas.

(Padma purana: citado no Bhag.6.17.40)

   Se alguém faz alarde de ser vaishnava, mas não respeita os vaishnavas se não que dá importância á fama e ganâncias materiais, deve ser abandonado imediatamente, mesmo se tomou hari-nam e diksa dele. Este suposto guru é guru apenas na aparência. Isto está explicado no Mahabharata e em outras escrituras. Se não rejeitam este guru, terão que ir ao inferno. Preparam-se para ir. Não se deve desrespeitar nenhum vaishnava; mesmo que se trate de uma kanistha-adhikari, e muito menos ummadhyama-adhikari ou um uttama-adhikari. Não se deve associar com alguém que não os respeitam ou os critica. Se alguém diz que é um vaishnava genuíno e o único discípulo genuíno de seu guru mas comete esta ofensa, seu próprio guru, se é autêntico, o rejeitará.
   Srila Jiva Goswami dá um exemplo muito importante. Não devemos pensar que porque há brigas no mundo transcendental, como as brigas das seguidoras de Radhika e as de Candravali, nós também podemos brigar. Nunca devemos tomar partido de alguém e nem brigar.
   Mesmo que digam que há diferenças entre Srila Bhakti Prajnana Keshava Goswami Maharaja e Srila Bhakti Vedanta Swami Maharaja, isto não é verdade. Não há nenhuma diferença. Os dois estão na mesma linha de sucessão discipular. Swamiji pregou no ocidente e meu Gurudeva pregou na Índia, mas transmitiram a mesma mensagem. O amor deles por Krishna é o mesmo, seus passatempos são os mesmos e seus serviços á Mahaprabhu são os mesmos. Um estava na Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna e o outro na Gaudiya Vedanta Samiti, mas ambos formam parte de uma família de Sri Chaitanya Mahaprabhu, de modo que não há necessidade de discutir. Não se deve faltar-lhes respeito jamais. Devemos seguir as instruções dos Acharyas e tentar desenvolver nossa consciência de Krishna.

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